sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A POLÊMICA IMPORTAÇÃO DE CAFÉ

INDÚSTRIA X PRODUTORES

A polêmica da inédita importação de grãos verdes do Café Tipo Robusta proposta recentemente pelo governo Temer, através do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), vinculado à Câmara de Comércio Exterior (Camex),vem causando indignação no setor dos produtores de Café do Brasil. A alegação do Governo é de que os estoques destes grãos, nos depósitos da Conab, não são suficientes para as demandas nacionais. Já os Produtores desses grãos informam que a oferta dos mesmos, no solo nacional, é suficiente para toda demanda.
Primeiramente é no mínimo suspeito que um País com dimensões Continentais, com Técnicas Avançadas de produção e com a necessidade de uma Balança Comercial Positiva, precise importar um produto que há muito tempo é produzido no Brasil. Segundo, ao assistir a entrevista de membros do governo, percebe-se que a defesa das grandes empresas supera, em muito, a preocupação com o Produtor, com o homem do campo, que há mais de um século vem garantindo ao nosso querido Brasil, safras recordes, de altíssima qualidade, capazes de abastecer o mercado brasileiro e mantê-lo como recordista mundial de exportação do café solúvel.
Ao argumentar que o Comércio Exterior é uma mão de via dupla, e, por isso, o Brasil deveria importar também, os nobres gestores públicos não apresentam, ou por conveniência ou por ignorância, o principal gargalo para o sucesso da exportação brasileira, qual seja: O altíssimo “Custo Brasil” traduzido por:

·         excessiva carga tributária;
·         grande burocracia de importação e exportação;
·         insegurança jurídica constante;
·         altas taxas de juros reais;
·         “spread” bancário elevadíssimo;
·         complexa legislação fiscal;

e, não menos importante, uma corrupção assombrosa que paira sobre essa Terra mais garrida, impedindo que seus filhos que não fogem a luta, mesmo após longos períodos de trabalho, possam conquistar com seus braços fortes, uma melhor condição de vida para seus pares.
Portanto, essa recente possibilidade de importação dos grãos de café mais parece atender aos interesses da grande indústria, que precisa de favores de outros setores para poder desencalhar seus produtos industrializados. Acredito que, antes de qualquer ação de liberação e facilidades na importação desses grãos, é necessária a apresentação de um estudo complexo, coeso, com a participação ativa dos produtores de grãos para responder a todos as indagações e de fato demonstrar a necessidade de importação desse gênero alimentício.
Diran R. de Souza Filho

Foi Subsecretário de Estado de Minas Gerais


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