INDÚSTRIA X PRODUTORES
A polêmica da inédita importação de grãos verdes do Café Tipo Robusta proposta recentemente pelo governo Temer, através do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), vinculado à Câmara de Comércio Exterior (Camex),vem causando indignação no setor dos produtores de Café do Brasil. A alegação do Governo é de que os estoques destes grãos, nos depósitos da Conab, não são suficientes para as demandas nacionais. Já os Produtores desses grãos informam que a oferta dos mesmos, no solo nacional, é suficiente para toda demanda.
Primeiramente é no mínimo
suspeito que um País com dimensões Continentais, com Técnicas Avançadas de
produção e com a necessidade de uma Balança Comercial Positiva, precise
importar um produto que há muito tempo é produzido no Brasil. Segundo, ao
assistir a entrevista de membros do governo, percebe-se que a defesa das
grandes empresas supera, em muito, a preocupação com o Produtor, com o homem do
campo, que há mais de um século vem garantindo ao nosso querido Brasil, safras
recordes, de altíssima qualidade, capazes de abastecer o mercado brasileiro e
mantê-lo como recordista mundial de exportação do café solúvel.
Ao argumentar que o
Comércio Exterior é uma mão de via dupla, e, por isso, o Brasil deveria
importar também, os nobres gestores públicos não apresentam, ou por
conveniência ou por ignorância, o principal gargalo para o sucesso da
exportação brasileira, qual seja: O altíssimo “Custo Brasil” traduzido por:
·
excessiva carga tributária;
·
grande burocracia de importação e exportação;
·
insegurança jurídica constante;
·
altas taxas de juros reais;
·
“spread” bancário elevadíssimo;
·
complexa legislação fiscal;
e, não menos importante, uma corrupção
assombrosa que paira sobre essa Terra mais garrida, impedindo que seus filhos
que não fogem a luta, mesmo após longos períodos de trabalho, possam conquistar
com seus braços fortes, uma melhor condição de vida para seus pares.
Portanto, essa recente possibilidade de
importação dos grãos de café mais parece atender aos interesses da grande
indústria, que precisa de favores de outros setores para poder desencalhar seus
produtos industrializados. Acredito que, antes de qualquer ação de liberação e
facilidades na importação desses grãos, é necessária a apresentação de um
estudo complexo, coeso, com a participação ativa dos produtores de grãos para
responder a todos as indagações e de fato demonstrar a necessidade de
importação desse gênero alimentício.
Diran R. de Souza Filho
Foi Subsecretário de Estado de Minas Gerais
ABAIXO ASSINADO CONTRA A IMPORTAÇÃO DO CAFÉ – ASSINE AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário